A minha frase para 2009

29 dezembro 2008

Essa letra, de Heather Small, me fez decidir que em 2009, nunca vou esquecer de me perguntar:

"What have you done today to make you feel proud?"
(O que você fez hoje para se sentir orgulhoso?)

E assim, dia-a-dia, elevar o espírito e me tornar uma pessoa melhor.

- FELIZ 2009 A TODOS VOCÊS! -

Superávit

22 dezembro 2008

Eu, com a cabeça enfiada no travesseiro. Pensativa e leve. Me espreguiçava. Sorria ao mesmo tempo. Fiquei agradecendo. E nem sabia bem o quê ou porquê.

Era 24 de dezembro e eu agradeci por aquela sensação. Fazia tempo que não chegava às vésperas do Natal no "superávit". Aquele saldo positivo emocional, que traz calmaria.

- O que será que Seu Noel vai te trazer amanhã? Pediste algo em especial?  - as paredes curiosas sussurraram.

E eu, sonolenta respondi:

- Que Ele me traga um 2009 parecido com o Ano que passou.

Virei do lado e continuei a sonhar.

 

 

A Fonte da Sorte - continuação

18 dezembro 2008

- CONTINUAÇÃO DO POST ABAIXO -

... Exultantes com o sumiço do verme, começaram a subir o morro, certos de que chegariam à fonte antes do meio-dia.

A meio caminho da subida íngreme, porém, eles encontraram palavras gravadas no chão: Paguem-me os frutos do seu árduo trabalho.

 O Cavaleiro Azarado apanhou sua única moeda e colocou-a na encosta relvada, mas ela rolou para longe e se perdeu.

Eles continuaram a subir, e, embora tivessem andado durante horas, não avançaram um único passo. Todos se sentiam desanimados quando viram o sol passar sobre suas cabeças e começar a declinar em direção ao longínquo horizonte, mas Altheda andou mais rápido, e empenhando mais esforço do que os demais, estimulava-os a seguir seu exemplo. À medida que as gotas do seu suor caíam, cintilantes, na terra, a inscrição que bloqueava o caminho desaparecia, e eles descobriram que podiam prosseguir.

Correram para o alto o mais rápido que puderam, até que, por fim, avistaram a fonte.

Antes de alcançá-la, no entanto, encontraram barrando o seu caminho, um riacho que circundava o topo do morro. No fundo da água transparente havia uma pedra lisa com as seguintes palavras: Paguem-me o tesouro do seu passado.

O Cavaleiro tentou atravessar o curso d´água flutuando sobre seu escudo, mas afundou.

Eles começaram, então, a refletir sobre o significado na mensagem e Amata foi a primeira a compreendê-la. Apanhando a varinha, apagou da mente todas as lembranças dos momentos felizes que passara com o seu amor desaparecido e deixou-as cair na correnteza. O riacho as levou para longe, deixando aparecer pedras planas e, finalmente eles puderam atravessar em direção ao topo do morro.

(...)

Chegou a hora de decidir qual deles iria se banhar. Antes, porém, que chegassem a uma conclusão, a franzina Asha tombou no chão. Exausta com o esforço da subida, estava à beira da morte. Seus três amigos a teriam carregado até a fonte, mas Asha, em agonia mortal, lhes pediu que não a tocassem. Athelda colheu ervas que julgou mais úteis, fez uma poção e levou-a à boca de Asha.

Na mesma hora, Asha se pôs de pé e exclamou que estava curada. Decidiu então, que Altheda devia se banhar. Esta porém, estava ocupada demais colhendo mais ervas em seu avental. Pensava que, se foi capaz de curar aquela dpença, poderia ganhar muito ouro. Permitiu que Amata se banhasse.

Amata sacudiu a cabeça. O riacho tinha lavado todos os seus desapontamentos de amor, e ela percebia agora que o antigo amado fora insensível e infiel, e que era uma grande felicidade ter se livrado dele. Disse então que o cavaleiro devia banhar-se em recompensa por sua nobreza.

Ele avançou e se ergueu das águas sentindo-se glorioso com seu triunfo, e se atirou, ainda vestindo a armadura enferrujada aos pés de Amata, a mulher mais bondosa e bela que já contemplara. Alvoroçado com o sucesso, pediu sua mão e seu coração, e Amata, não menos feliz, percebeu que encontrara um homem que a merecia.

As três bruxas e o cavaleiro desceram o morro juntos, de braços dados, e os quatro levaram vidas longas e venturosas, sem jamais saber nem suspeitar que as águas da fonte não possuíam encanto algum."

A Fonte da Sorte

Para os fãs de Harry Potter, J. K. Rowling preparou uma surpresa: Os contos de Beedle, o Bardo. O mais interessante é que os royalties da venda do livro serão doados ao Children´s High Level Group, uma organização que faz campanhas para promover os direitos das crianças e melhorar a vida de jovens em condições precárias.

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Eu, fã de carteirinha, não ia deixar de comprar pra integrar a coleção. Já devorei! São contos pequenos, de mensagens simples, mas contadas de um jeito encantador. Deixo aqui trechos do conto que mais gostei.

"No alto de um morro, em um jardim encantado envolto por muros altos e protegido por poderosa magia, jorrava a Fonte da Sorte.

Uma vez por ano, entre o nascer e o pôr-do-sol do dia mais longo do ano, um único infeliz recebia a oportunidade de competir para chegar à fonte, banhar-se em suas águas e ter sorte a vida inteira.

No dia aprazado, centenas de pessoas viajavam de todo o reino para chegar ao jardim antes do alvorecer. Homens e mulheres, ricos e pobres, jovens e velhos, dotados ou não de poderes mágicos reuniam-se no escuro, cada qual na esperança de ser o escolhido para entrar no jardim.

Três bruxas, com seus problemas e preocupações encontraram-se nas cercanias da multidão, e contaram umas às outras suas tristezas enquanto esperavam o sol nascer.

A primeira, cujo nome era Asha, sofria de uma doença que nenhum curandeiro conseguia eliminar. Ela esperava que a fonte fizesse desaparecer os seus sintomas e lhe concedesse uma vida longa e feliz.

A segunda, Altheda, tivera sua casa, seu ouro e sua varinha roubados por um bruxo malvado. Ela esperava que a fonte a aliviasse de sua fraqueza e pobreza.

A terceira, que se chamava Amata, fora abandonada por um homem a quem amava profundamente e, acreditava que seu coração partido jamais se recuperaria. Ela esperava que a fonte acabasse com sua dor e saudade.

Apiedando-se uma das outras, as três mulheres concordaram que, se lhes coubesse a chance, elas se uniriam e tentariam chegar à fonte juntas.

O primeiro raio de sol rasgou o céu, e uma fresta se abriu no muro. A multidão avançou, cada pessoa exigindo, aos gritos, a benção da fonte. Plantas rastejantes do interior do jardim serpearam pela massa ansiosa e se enrolaram na primeira bruxa, Asha. Ela agarrou o pulso da segunda, que segurou as vestes da terceira. Essa última, Amata, se enredou na armadura de um cavaleiro de triste figura que montava um cavalo esquelético.

Os gritos furiosos da multidão desapontada se ergueram no ar e silenciaram quando os muros do jardim se fecharam mais uma vez.

(...)

Enrolado na base do morro, havia um monstruoso verme branco, inchado e cego. À aproximação do grupo, ele virou uma cara feia e malcheirosa e proferiu as seguintes palavras: "Paguem-me a prova de suas dores." 

O Cavaleiro Azarado sacou a espada e tentou matar o bicho, mas a espada se partiu. Então Altheda atirou pedras enquanto Asha e Amata experimentaram todos os feitiços que podiam. Entretanto, o verme não quis deixá-los passar e Asha, desesperada, começou a chorar.

O verme se encostou ao rosto dela e bebeu suas lágrimas. Saciada sua sede, deslizou para um lado e sumiu por um buraco no chão.

- CONTINUA -

O meu carma: a Hiperhidrose

17 dezembro 2008

A hiperhidrose é definida pela hiperatividade das glândulas sudoríparas que levam à transpiração excessiva. Apesar de ser uma condição benigna, pode trazer (muito) desconforto a seus portadores. É uma afecção não muito rara, que afeta até 1% da população. Pode estar presente nas mãos, pés, axilas, rosto ou em qualquer outra parte do corpo.

É... euzinha faço parte desse 1%. Tenho hiperhidrose palmar e plantar (mãos e pés).

Me lembro que quando criança, ia pra escola e rasgava as folhas do caderno enquanto escrevia; quando insistia em comprar e usar aquela sandalinha nova da Xuxa e depois de um tempinho nem conseguia andar direito porque escorregava no plástico que molhava.

Aprendi a conviver com o problema depois de tentar vários tratamentos. Mas, só quem tem o tal do "carma" sabem quão desconfortável é cumprimentar as pessoas e imaginar o que elas pensam quando encostam na mão molhada e fria.

Depois de muito tempo pensando, de ir e voltar no médico, decidi fazer a simpatectomia torácica. É uma cirurgia em que são retirados os gânglios simpáticos* da cadeia torácica responsáveis pela inervação da região que sofre com a hiperhidrose.

A cirurgia foi marcada pro início de janeiro. Fiquei bem feliz e estou na expectativa. Torçam por mim!

* Gânglio nervoso é o aglomerado de corpos celulares de neurônios.

Coisas do Brasil II: Os Medeiros

13 dezembro 2008

* Esse texto faz parte da Blogagem Coletiva organizada pela Andréa Motta, do blog Leio o Mundo Assim.

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(Renata "fritando"os neurônios" pensando sobre o que escrever)

... A coletiva é sobre Coisas do Brasil. Mas, que coisa difícil!

Coisa pode ser qualquer coisa, ainda mais coisas de uma país com tantas coisas!

Coisa bonita, coisa feia. Coisa que traz orgulho, coisa que traz descrença. Coisa grande e pequena. Tem coisa de ninguém. Tem coisa de todo mundo. Tem coisa que gosto. Tem coisa que me dá desgosto. Tem coisa pra todos os gostos.

Queria escrever algo novo, que fosse característico, singular. Algo que as pessoas lessem e pensassem:

- Nossa, isso sim é bem coisa do Brasil!

E então.... Eureka! – tinha acabado de resolver sobre o que escrever.

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“Há (aproximadamente) 65 anos, no Nordeste do Brasil, Teresa e José se encontraram.  Se casaram em 1947.

Certo dia José acordou querendo mudar de vida.

- Teresa, o que acha de irmos embora pra São Paulo?

E ela sabia que não tinha escolha.

A aventura começou já no pau-de-arara.

Sabe? É aquele caminhão, que retira os retirantes da sua terra.

Acho que eles acreditaram que seria melhor,

pelo menos por lá não devia ser tão seco.

Com certeza não!

Quando deu a primeira tempestade, Teresa correu e mandou os filhos entrarem debaixo da mesa;

A vizinha tinha dito pra tomar cuidado com os raios

E a casa, cheia de goteira, deixou a coitadinha assustada.

Ela, que nunca tinha visto aquele mundaréu de água.

Na época tinham sete filhos.

Depois nasceram mais três, paulistas.

Que completaram os 10. Que se tornou o número da sorte dos Medeiros.

José de fibra. Tereza de aço.

E 10 filhos, que arriscaram tudo e fizeram acontecer.

Ela costurava, cuidava da casa e rezava.

Ele trabalhava e “botava” os filhos pra trabalhar também.

Assim, todo mundo ajudava.

E foi assim que o tempo passou.

A família cresceu e rendeu frutos.

Advogados, comerciantes, veterinária, engenheiros, (ex) dentista.

Tem gente morando em todo canto do Brasil: Limeira, Brasília, Jundiaí, Barracão (SC), São Paulo, Botucatu, São Carlos, São José do Rio Preto.

Tem até na Espanha e nos EUA. E esses daí, que estão do outro lado do mundo, sofrem mais.

Sentem falta do café, das frutas, do brigadeiro, das praias, do sol, do calor.

Mas, sentem mais falta do beijo e do abraço. E de todo mundo reunido, unido.

Sentem falta das coisas de família, das coisas da sua terra, das coisas do Brasil."

Esse texto é parte das minhas coisas.

Coisas da minha avó Teresa,

Coisas do meu avô José.

Coisas minhas. As que vi, que vivi.

Coisas da minha família.

Tão grande, tão generosa.

Tão nordestina, tão paulista, tão diversificada.

Tanta coisa numa só.

Coisa tão brasileira, coisa tão Brasil.

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Meu xodó

12 dezembro 2008

Imaginação é um "dom" fantástico. Mais fantástico ainda é ver que a criança acredita e vive tudo aqui que está imaginando.

Ontem ela* estava em casa. E resolveu brincar, dizendo que estava nadando numa piscina. A piscina era o chão da sala. E ela pulada, mergulhava, até que fingiu que se afogava. E gritou:

- Socorro, se afoguei!

Caímos na risada.

Não tem jeito, quando ela está em casa, vira o centro das atenções.

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  *Luisa, minha prima, meu xodó.

Direitos Humanos - Dia da Blogagem Coletiva

10 dezembro 2008

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“Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.

Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania.

Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.”

Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado."

(Artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos adotada e proclamada durante Assembléia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948).

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OAB entrará no STF contra crimes de tortura praticados na ditadura Brasília (Brasília, 20/10/08).

Organização Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos) exigiu do governo brasileiro explicações sobre a responsabilização sobre esses crimes (Brasília, 03/11/08)

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A Blogagem Coletiva de hoje comemora os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Embora eu acredite que estamos bem longe daquilo idealizado pelos responsáveis da ONU que a elaboraram, é um marco importante da História e deve ser relembrado, pois trata-se de um grande passo em direção à evolução do pensamento e das atitudes.

A minha introdução lá em cima tem o objetivo de chamar atenção ao tema Direitos Humanos violados durante o período da ditadura. Que "diabos" aconteceu naquela época com os direitos dos cidadãos?  Entretanto, não quero despertar sentimentos de tristeza nem de revolta.

O que eu quero é encontrar uma maneira de celebrar através desses fatos. Farei isso retratando a experiência real de alguém que teve seus direitos violados (de uma maneira bem profunda) e que hoje, supera. Vive. Ensina. E assim, nos faz refletir.

Muito gentil, meu professor da faculdade me escreveu contando um pouco da sua experiência durante a ditadura e me autorizou a publicá-la hoje aqui.

“(...)  Uma coisa foi o golpe militar em 31 de março de 1964 outra, muito mais dura, foi o golpe dentro do golpe, em 13 de dezembro de 1968, com o fechamento do congresso e suspensão das liberdades individuais. Neste dia foi publicado o famigerado Ato Institucional nº 5.

(...) Fui acusado porque participava, clandestinamente, da reorganização da UNE (União Nacional dos Estudantes). Fui filmado e fotografado na grama da UnB realizando uma reunião com outro líder estudantil clandestino. Após o AI – 5, as pessoas eram presas e torturadas e depois de retirarem ou assinarem o que desejavam, se não matassem, a sua prisão era oficialmente comunicada.

Tive um colega que foi preso na Bahia, ex-estudante da UnB e estava organizando "camponeses" para lutar contra a Ditadura. Torturado, ele disse que seu contato na UnB era comigo. Meu nome foi associado à luta armada e fui formalmente acusado de participar da luta armada contra o governo.

(...) Resisti ficando no país. Fiquei clandestino no maior esconderijo do Brasil, a cidade de São Paulo. Como consegui me livrar da prisão, fugindo antes, fui condenado a 2 anos de reclusão pela polícia política do Regime. A prescrição da pena ocorria com 2 anos após a pena máxima (portanto, após 4 anos). Fui condenado em 1972 (Regime Médici) e a prescrição ocorreria em 1976. Como tive advogado para entrar com pedido de prescrição, fiquei clandestino até 1978. No final de 1978, via Arquidiocese da Sé, consegui um advogado para solicitar e acompanhar a prescrição da pena que fui condenado.

(...) minhas testemunhas de defesas, sequer foram citadas. É preciso pensar essa época como um regime fechado. Fui julgado por um tribunal militar e não um tribunal civil, entre outras coisas.

No início de 1979 foi publicada a lista dos anistiados. Meu nome não consta da lista porque já tinha conseguido a "caducidade". Durante o primeiro semestre de 1973 eu morei em São Paulo; minha mulher tentava terminar (via curso a distância, conforme entendimentos com professores) seu curso de graduação na UnB e minha filha, com oito meses, vivia com meus pais em São José do Rio Preto."

(*Dorgival Henrique possui graduação em Direito pela Universidade de Brasília e mestrado em Administração de Empresas pelo Fundação Getulio Vargas - SP. Atualmente é Professor Titular da Universidade Metodista de Piracicaba. E foi um dos milhares que teve seus direitos violados durante o regime militar. Nem sei como agradecer tamanha contribuição! Agradeço-o novamente, com toda a minha admiração.)

Espero assim, que daqui 60 anos (eu estarei com 84!), eu ainda esteja (viva, é claro) lúcida pra poder me lembrar desta Blogagem Coletiva, quando a comunidade blogueira plantou essa sementinha cheia de esperança.

Uma sementinha regada com os melhores propósitos, com as melhores intenções, pelos melhores escritores, amadores (como eu!)ou não.

Aos 84, espero que a sementinha tenha crescido e tornado-se a Árvore da Conscientização e que seus galhos tenham alcançado muitos horizontes. Então, no auge da minha velhice, poderei gozar meus direitos placidamente.

(Para mais informações sobre a Blogagem, visite o site do Sam Cyrous, organizador oficial da Coletiva. Veja quem já postou e participe também!)

Noites de tormenta

08 dezembro 2008

Fazia tempo que não chorava no cinema. Meu acompanhante oficial prefere os suspenses e os filmes de ação e eu, me esbaldo com as comédias românticas e com os dramas no sofá de casa.

"Noites de tormenta" é romântico e dramático. Eu sou cinéfila daquelas não muito críticas, então o pouco já me agrada.

Pra quem gosta de suspiros e chororô, eu recomendo. 

Blogagem Coletiva: Direitos Humanos

03 dezembro 2008

Afim de celebrar os 60 anos da criação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o Sam Cyrous, do blog Fênix ad eternum propôs a campanha. A Coletiva acontecerá dia 10 de dezembro e tornou-se ainda mais especial porque o Gabinete do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos irá registrá-la. Eles concederam a utilização exclusiva do aniversário da declaração a ele, que é o promotor oficial da campanha.

Participe também! Ou então, ajude a divulgá-la!

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Ainda em relação a esse assunto, aproveito para divulgar, apesar de não poder participar:

O ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, inaugura no próximo domingo (8), no Parque Villa Lobos, em São Paulo, a exposição Direitos Humanos no Parque.

São 15 tótens com os 30 artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.  A iniciativa da SEDH faz parte das comemorações pelos 60 Anos da Declaração.

O projeto será levado a 13 capitais: Manaus, Porto Velho, Macapá, Teresina, Fortaleza, Salvador, Recife, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Campo Grande, além de São Paulo.

"Era uma vez um planeta azul...

01 dezembro 2008

...Que rodava e vagava no infinito.

Sereno e grandioso. Tão cheio de coisa a oferecer. E um dia pensou que deveria compartilhar esse pedacinho de paraíso e parar de se sentir tão sozinho.”

- Foi assim que a gente apareceu, mãe? – Léo perguntou ansioso, como sempre.

- Mais ou menos, filho. Mas, é só uma estorinha. Posso continuar? – Nina respondeu, paciente.

“... E assim, os primeiros moradores começaram a chegar. Desde o mais simples e pequenino até o maior e cheio de detalhes. As flores, as pedras, as árvores, o mar, os rios, os animais.”

- Todos os outros? - Léo falou, meio a um bocejo.

- É.

- Igual o Leopoldo, a Rosa e o Pingo? – sussurrou já fechando os olhos.

- Isso mesmo. Foi aí que surgiram os peixes, os gatos, os cachorros e todos os outros bichos que existem na Terra.

- E daí chegaram os adultos e estragaram tudo. Eu vejo na televisão quanta coisa ruim que está acontecendo. – Alice entrou no quarto.

- Fale baixinho Alice, o Léo acabou de dormir.

- Mas, não é verdade mãe? – ela insistiu.

- É meu bem, você tem razão. Mas, o que você andou assistindo?

- Ah, vi ontem na televisão, quando a gente estava na casa da vovó. Reparei bem que ela chorou quando viu aquele monte de gente perdendo suas casas e sofrendo. E prestei atenção quando vocês falaram que tem a ver com o  aquecimento global. A minha professora já falou disso na escola. Ah, mãe, fiquei com medo. E fiquei triste também.

- Filha, eu sei que é difícil entender. Os adultos são meio complicados e às vezes eu também não entendo. São tão inteligentes pra certos assuntos, mas estão destruindo o planeta, a natureza, que é sua única casa. Você também vai ver muitas outras coisas tristes na televisão. Os jornais falam de guerra, de violência. Mas, não precisa ficar com medo. Pense que o Bem sempre vence o Mal e existem pessoas espalhadas por aí que não cansam de lutar pra que tudo isso mude, pra que as coisas melhorem. Sabe a empresa onde o papai trabalha? Estão arrecadando alimentos pra mandar para as famílias que estão desabrigadas lá em Santa Catarina. Quer ir no supermercado comprar algumas coisas e ajudar também?

- Quero sim! Amanhã bem cedinho?

- Sim. Te acordo bem cedo. Ficou mais calma agora? Quer que eu termine a estória do Planeta Azul pra você? Tem um final feliz, prometo.

- Ah não, mãe. É muito de criança, né?! Amanhã você termina de contar para o Léo. Mas... você deita comigo pra gente continuar o Pequeno Príncipe?

Acho que é o espírito natalino...

28 novembro 2008

Ando meio lunática, apesar de tentar arduamente permanecer no chão. Preciso estudar pras provas finais e não consigo me concentrar.

Estou com alguns projetos pra 2009. Mil coisas na cabeça. Idéias novas para o blog. Talvez uma mudança radical por aqui.

Estava lendo o post da Fer e, sem a intenção de ser clichê, pensei: É, lá se foi 2008, como passou rápido!

Minha mãe já encheu a casa de enfeites, de papáis-noéis. Acho até que ela exagera. Daqui a pouco encontro bola de Natal na saboneteira.

Ainda não deu tempo de parar pra refletir e traçar as metas para o Ano Novo que chega. A minha vida deu uma bela reviravolta e tanta coisa aconteceu, que no geral, posso dizer que o saldo foi positivo. Estou bem feliz e com paz no coração. E nada melhor que isso no dia de Natal. No dia 24 sempre sinto uma melancolia, uma tristeza que não deixar de ser doce. Será o tal do espírito natalino que me invade?

Mas, logo passa e acho sempre bom comemorar. Estive um pouco ausente com Deus. Isso sim. As turbulências internas que me inquietaram me distraíram de um jeito que esqueci quem é o principal apaziguador da minha alma. Mas, semana passada já acertei as contas com ele e me comprometi a estar mais presente. Afinal, encontro tempo pra tudo (e mais um pouco) e por que não me esforço pra agradecer?

E quando fiz as pazes com Ele me senti leve. Acho impossível alguém não sentir essa força maior que nos cerca. Não importa de que forma seja ou qual crença siga. Como podes não crer em nada?

Acredite então no amor. Num mundo melhor. Numa transformação.

O pensamento positivo também é capaz de mover montanhas.

Blogs do além - parte II

Essa é a continuação do primeiro post, em que comentei sobre os Blogs do Além, uma coluna da Revista Carta Capital.

Eles foram atualizados! Aí vão meus indicados: Bob Marley, Leonardo da Vinci, Elvis, Hitler.

Divirtam-se com a criatividade de Vitor Knijnik!

Eu e o Rotavírus

26 novembro 2008

Na madrugada de segunda-feira comecei a sentir algo errado. O estômago pesado, meio embolado. Levantava, ia no banheiro e nada. Voltava e dormia de barriga pra cima, porque pra baixo piorava.

Amanhecia. E eu decidi que ia tentar "chamar o Hugo" enfiando o dedo na garganta.

Eu sou a pessoa mais difícil de vomitar! Nem sei se é o caso de comentar sobre isso aqui no blog. É meio nojento. Mas, eu queria ser igual uma amiga que tenho, quando vai pra balada, bebe demais, vomita e voltar a beber. Já viu isso?!

Liguei o celular e vi uma chamada perdida às 3:00. O namorado ligou aquela hora? Pra que?! Retornei e a sogra atendeu. Estavam no hospital. Ele internado, passara mal como eu.

Não sei se foi psicológico, mas serviu de estopim. Perdi as contas de quanto fui até o vaso botar a bílis pra fora. E suava frio, cambaleando e voltava pra cama. Até que não deu mais. 'Bora pro hospital.

E tem lugar pior do que hospital?! Aqueles médicos e enfermeiros tinham que ganhar um prêmio por trabalharem lá. O ar é mais carregado, o cheiro maculado de sangue, remédios, seringas. Tive que ficar por lá e tomar soro. Um litro de levanta-defunto. A mãe estava junto. Quanta paciência, quanta preocupação!

Voltei pra casa melhor, mas ainda meio enjoada. O médico disse que era intoxicação alimentar. Eu lembrava de um danoninho que tomei na noite anterior. Mas, o mal estar não cessou. À noite voltei. Era outro médico e outro diagnóstico: Rotavírus. Olhou pro namorado, que agora estava junto, e confirmou a hipótese. Dois com aquela cara de pastel estragado: só podia ser algo contagioso, que intoxicação, que nada!

E dá-lhe uma injeção com outra misturinha mágica. Melhorei por fim. Trouxe mais remédios pra casa e uma dieta. Nada de cervejinha no final de semana. Bom, né?! Eu só tenho uma festa na sexta, churrasco no sábado à tarde e casamento no sábado à noite.

Ainda estou em recuperação. Mas, pelo menos dá pra olhar pra tela do computador sem ficar enjoada.

¡La Filosofía me encanta!

25 novembro 2008

Faltam apenas duas semanas pra terminar o semestre e até ando sonhando com provas e trabalhos pra entregar.

Eu, acostumada a estudar Anatomia, Patologia e Microbiologia, me deparei com algo totalmente novo: a Filosofia. Apesar do professor monótono, o meu interesse não ficou adormecido. Pude ler os textos que falavam sobre a vida dos filósofos e de suas inúmeras teorias sobre o conhecimento.

"Só sei que nada sei", já dizia Sócrates. E como é bom não saber nada pra depois perceber que o mundo é gigantesco e que somos um grão de arroz perto de tudo que existe e pode ser observado.

Pude refletir com Platão através do Mito da Caverna que continuamos sendo prisioneiros de uma caverna, inundados com nossas falsas crenças, que nos impede de ver um mundo mais amplo e diferente e que, só seremos libertados da escuridão quando começarmos a indagar e deixar a ingenuidade de lado, buscando as verdades da vida, sem medo do diferente e do novo.

Meus queridos cientistas: Aristóteles, Copérnico, Galileu e Newton me envolveram com seus conceitos de Biologia, Matemática, Física e Química e fizeram apaixonar-me ainda mais pela ciência.

Descartes, sempre racional e Hume tão sensível e experimental. Permitiram que Kant se inspirasse e a priori surgisse, na tentativa de unir o pensamento Racionalista e Empirista.

Escolhi Immanuel Kant para o meu Trabalho Final de Filosofia. Está sendo um desafio. Mas, acredito que qualquer um que escolhesse tampouco seria. Foram homens comuns (ou incomuns?) que inquietaram-se frente a determinadas situações e não permaneceram calados. Buscavam sentidos numa realidade mais peculiar e desafiadora que a nossa. Todos são complexos, profundos. E sem dúvida, únicos e encantadores.

“Não se aprende Filosofia, mas a filosofar”

(Kant)

Eu fico com os livros

22 novembro 2008

"Um estudo feito por sociólogos americanos concluiu que pessoas infelizes assistem mais televisão, enquanto pessoas que se consideram felizes lêem mais e têm vida social mais ativa." (BBC Brasil)

Já tinha refletido sobre isso e concordado. Mas, hoje, num sábado não-usual, folgada em casa, tive a certeza disso.
Resolvi matar o tempo procurando algo pra assistir. Parei no canal E!, da TV a cabo. É meio inútil, porém gosto de ver as cirurgias plásticas feitas pelos cirurgiões de Miami. Tem coisa que é obra de arte!

O programa que estava passando se chama True Hollywood Story que "vasculha" a vida de famosos que causaram polêmica e tem um bando de jornalistas imbecis contando tim-tim por tim-tim do que sabem.

A julgada desse episódio era a cantora Britney Spears e como foi triste vê-la exposta daquele jeito. Dentre muitas coisas, mostraram seu fracasso como mãe, quando raspou a cabeça durante um surto, namorando um paparazzi, louca nas mais variadas baladas. Meu Deus!

E minha cabeça ficou trabalhando.

Primeiro, senti pena de mim por estar tão envolvida assistindo aquilo. Como a televisão manipula as pessoas, mostra o que quer, faz lavagem cerebral.

Depois, senti pena dela que não consegue ter uma vida normal. Imagino o quanto é traumático e confuso. O quanto ela se sente pequena em relação às críticas da mídia, o quanto sua auto-estima é afetada e seu bom senso também.

E finalmente, vi que não há nada como ler um bom livro. Com eles, não me sinto um vegetal, somente absorvendo as informações que são atiradas. Eu posso parar pra refletir, pra imaginar algo diferente, pra não aceitar o final e dizer que não gostei. Me sinto escrava do prazer de absorver as palavras, o novo, as personagens sempre tão ricas em detalhes.
Não detalhes superficiais, monótonos e maléficos como os expostos na TV.

"De ontem,
de barro feito
na madeira esculpido,
no papel grafado,
o livro inovou,
ensinou, motivou.
Hoje, no papel,
na tela, na pele,
na palma, na alma,
ensina e fascina..."

(Maria do Carmo Silva Soares)

Coisas complexas do coração

18 novembro 2008

Era uma vez uma menina.

Uma menina e seu pai.

Aquele que tinha um coração que cabia o mundo dentro.

Mas, às vezes ele parecia triste.

E ela pensava: porquê?

Ela cresceu e percebeu.

O problema era aquele copo. O copo cheio.

O copo que traz mudança. Pra pior.

O copo da doença. Que destrói.

O copo trouxe mágoa e afrouxou os laços.

E aquele maldito muro se formou. Sem querer.

E ela engoliu um sapo.

O sapo que inflava na garganta sempre que lembrava, que pensava.

Tudo que sentia endureceu. Petrificou. Congelou no tempo.

E ela se cansou de tentar pular o muro, de vencer a barreira.

E sofreu calada.

Certo dia o pai aceitou ir conversar com o homem de branco,

E no outro dia acordou diferente.

E ela pensou ter visto brilho naquele olhar.

Que oscilava e se mostrava vago muitas vezes.

Será?!

E então ela percebeu. Enxergou luz. E a menina chorou.

Chorou feliz. Transbordou de esperança.

E rezou. E ainda reza.

E os tijolos do muro vão caindo aos poucos.

"E não te esqueças, meu coração,
que as coisas humanas apenas
mudanças incertas são."

(Arquíloco, poeta grego)

Renda, Coletiva, Relógios e a Lua!

17 novembro 2008

"Olê, mulher rendeira,

Olé, mulhé rendá.

Tu me ensina a fazer renda

e eu te ensino a namorá."

Você tem idéia do quanto é trabalhoso fazer a renda?

A renda é o entrelaçamento de fios compondo um desenho, sem ter um fundo de tecido. Essa técnica chegou no Brasil através das mulheres portuguesas e está presente de maneira mais expressiva onde houve maior concentração dos açoiranos: Santa Catarina e Ceará.

Minha mãe fez uma viagem a trabalho para Recife. Enquanto esperava o horário do vôo pra voltar, parou numa loja e conheceu a Fátima Rendas.

Foi criada em 1977, mas tem uma história antiga, em que a renda renascença (técnica originária na Itália) fazia parte da família e passou por várias gerações.

A dedicação com que as peças são criadas as peças é herança da matriarca da família, Marieta Monteiro, que ensinou às suas filhas, além da técnica dos bordados, a importância do respeito a esse trabalho.

Motivada por sentimentos como esses, a loja agora possui outras filiais e suas peças artesanais são exportadas para países da Europa, EUA e Japão.

Reconhecidos como obras de arte, os trabalhos produzidos pela grife já foram destaque em dezenas de exposições, nacionais e internacionais. Fazem parte do seu acervo peças premiadas pela Unesco e outras que adornam embaixadas mundo afora e até na Santa Sé, no Vaticano.

A loja oferece um agrado para os compradores. Os clientes que levam alguma peça, levam também a bonequinha da sorte. Elas também são vendidas caso o cliente quiser levar para presentear alguém. Mas, as pessoas tem que ganhá-las. Esse é o espírito. E o dinheiro proveniente da compra das bonecas é destinado ao projeto social voltado às crianças carentes da região.

bonecadasorte

Essa é a minha! Ganhei da minha mãe. Olha como é pequena. Coloquei ao lado da moeda pra poder comparar.

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Aproveitando, divulgo a Blogagem Coletiva que está sendo promovida pela Andréa, do Leio o Mundo Assim.

Coisas do meu Brasil, para 13 de dezembro. Acesse o link, informe-se e participe!

COISASDOBRASIL2-1

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Termino agracendo o relógio que ganhei de presente do Igor, do Esquizofrenia Virtual. Agradeço por ter se lembrado de mim! Adorei os detalhes com as órbitas dos satélites, inspirados no meu observar através da luneta!

clock5

Ah, falando em satélites, ando curiosa sobre a Lua. Sexta e ontem, ela exibia-se, toda prateada e gigantesca naquele céu limpo, sem fim. Por que temos a impressão que ela muda de tamanho?

Escreverei sobre esse mistério num próximo post.

Mais selinhos e a Estória do 3 x 1

12 novembro 2008

Ganhei 2 selinhos do Ronaldo (obrigada!) e tenho a função de repassá-los:

bloggerdeldia Premio_Dardos

Pra mim, o blog del día é literalmente do Lino Resende. Aí vai um selinho de presente, já que hoje é seu aniversário!

O prêmio Dardos deve ser repassado a 15 blogs, mas escolhi apenas cinco. Espero que não tenha problema. Mando especialmente para:

O episódio das três contra um

Eu sempre fui daquelas que preferem ser independentes, que querem (e conseguem!) fazer tudo sozinha e que acredita no super poder das mulheres. Acho que quando nos unimos, não há homem que nos segure.

Hoje porém, conclui que existem ocasiões que devo desistir de bancar a feminista auto-suficiente.

Quarta-feira à tarde, no escritório, tínhamos uma árdua tarefa: uma pessoa viria buscar o ar condicionado que estava em uma das salas. Não havia tempo para chamar alum técnico e a ala masculina do escritório estava em São Paulo, visitando uma feira.

- Ah, eu acho que a gente consegue tirar. - A colega nº 1 sugere.

- Tá bom vai. Vamos tentar. - Eu concordei, sem ter muita opção.

Subi na cadeira porque o maldito ficava num buraco, no alto na parede.

Puxei... nada. Empurrei. E nada de novo.

- Espera. Vou te ajudar. - A nº 1 se prontifica.

Mais uma que sobe na cadeira. E fica na pontinha do pé, faz força, reclama, cansa.

Reuni todas as forças do meu corpo, que já estava cansado depois da aula de Body Pump de ontem (é... resolvi voltar na academia finalmente! Mas, isso é outra estória!) e...

...CLUNCK! Deu uma mexidinha. Minúscula. E depois de suar, xingar, lutar contra aquele peso, conseguimos fazê-lo sair um pouco do lugar.

- Querem que eu ajude? - A nº 2 aparece na porta.

Três fêmeas contra um ar condicionado brutamontes.

O resultado é que ele acabou empacando. Não ia nem pra frente nem pra trás. Ficou meio que pendurado, parecendo uma gangorra.

E o medo de terminar de puxar e ele cair nas nossas cabeças?!

- Ai, mais que bosta! (Perdoem-me... na hora do desespero e da irritação sempre solto palavrão. Ajuda a relaxar!)

A solução foi pedir socorro.

Bendita sorte lembrarmos da obra que está sendo construída lá do lado. Enquanto eu e a nº 2 segurávamos, a nº 1 foi buscar ajuda. E meu tríceps gritava, pobre coitado. Não está acostumado a trabalhar tanto assim. Ma-le-má dá um tchauzinho de vez em quando.

Os minutos pareceram eternos.

A gente em cima das cadeiras... até minha cabeça ajudou a segurar o trambolho pra ele não despencar.

O S.O.S.* tardou, mas não falhou. Finalmente!

Nada como uma boa dose de testosterona, pares de músculos e um orgulho masculino que morre de vergonha de fazer feio frente às mulheres!

* Curiosidade: você sabe o que signifca S.O.S.? Na verdade eu nunca tinha parado pra pensar. É uma sigla convencionada em inglês: "Save our souls", que significa "salve nossas almas". Era bem isso que eu estava pensando naquela hora, em cima da cadeira.

... se encantou pela cor lilás ...

11 novembro 2008

No corre-corre diário mil anseios me fazem distrair.

Chegando perto de casa vejo a árvore lilás. Aquela mesma. A que sempre esteve lá. Faz bastante tempo.

Penso que me acostumei.

Paro o carro. Aceito seu convite e fico só observando.

Ela dançava embalada pelo vento fresco. Exibindo-se ao sol, que se despedia. Trazia mistério. Trazia beleza. Trazia calmaria.

E assim, o segundo passou. E eu celebrei as coisas simples da vida.

árvore

(Amadora, tirei essa foto no caminho de casa.)

Laços de família

10 novembro 2008

No começo deste ano, meu avô que sempre foi um homem muito ativo, sofreu um derrame e estava na cadeira de rodas. Fez fisioterapia, melhorou muito, mas sempre quando o via parecia desanimado.

Nesse domingo percebi que havia algo diferente. Ele estava todo contente porque ia ganhar seu primeiro bisneto: a mulher do meu primo tinha contado que estava grávida. E naquele momento parecia não haver notícia melhor que aquela!

Outro dia, no trabalho, num dia cheio de aborrecimentos e problemas, ouvi um colega falar: "Ainda bem que tenho a Júlia (que é a filhinha dele) me esperando em casa. Às vezes, saio daqui com a cabeça fervendo, mas quando a vejo, com aquele sorriso me esperando chegar, esqueço tudo, relaxo e durmo em paz."

E há alguns dias saiu na Folha: "Mulher de 56 anos dá à luz netas trigêmeas". A avó ajudou a filha que não podia engravidar emprestando sua barriga. A família registrou tudo num blog que estava sendo divulgado pra quem quiser acessar, tiver dúvidas ou apenas ficar curioso.

Através desses relatos, quis mostrar que a existência de uma criança: seja um filho, um neto, um bisneto - biológico ou não - é capaz de alegrar, transformar, renovar. Esses laços tem poderes mágicos e são capazes de preencher vazios no coração, que antes pareciam infindáveis.

Não estou participando oficialmente da Blogagem Coletiva sobre Adoção, promovido pelo Blog Saia Justa e pelo Dácio Jaegger, mas queria aproveitar para apoiar e divulgar.

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A adoção é mesmo um ato de nobreza. É um grande desafio.

Porém, existem aquelas pessoas com um amor pra doar que é do tamanho do mundo. Um amor capaz de ultrapassar as barreiras e todas as dificuldades. Basta que o processo seja simplificado. Se torne menos burocrático e menos cansativo. O que será dessas crianças e adolescentes abandonados se perderem a esperança de encontrar seus lares, se é isso, muitas vezes, a única esperança que lhes restam?

Egolatria

06 novembro 2008

Fui assistir Jogos Mortais V (essas seqüências de filme me cansam!) e por mais forçado, sangrento e tenso (ou tedioso? Fico na dúvida.) que seja, tenho que concordar que o roteiro é inteligente. Dessa vez Jig Saw me fez refletir, acredita?

O jogo proposto desta vez (é, o cara já morreu, mas deixou uma herança!) envolve o trabalho em equipe. São cinco pessoas que acordam naquelas mesmas salas medonhas, escuras, lamacentas e têm algo em comum. São avisadas (pela bendita gravação na TV)que precisam passar por etapas e que devem pensar juntas para que possam sobreviver até o final.

O que acontece é o inevitável:  A luta individual prevalece e o objetivo de pensar em grupo não tem vez. É o famoso "salve-se quem puder" em que o egoísmo comanda.

Mas, o post não é sobre o filme. A questão é que refleti sobre o individualismo. É correto pensar em você mesmo antes de pensar nos outros? Já discuti muito sobre isso e as controvérsias sempre estão presentes. Ser individualista pode ser bom, mas não pode virar egoísmo.  Eu não me anulo por querer fazer o bem primeiro a quem eu gosto, antes fazer a mim mesma. Isso me faz bem, ué! E sou assim desde que me conheço por gente.

Me cansa essa sociedade que quer se mostrar generosa atrás dos panos cheios de interesse. Sejam políticos, econômicos, sociais ou sei lá mais o quê! Me cansa ver falsidade, as firulas, os rodeios. As puxa-saquices em nome próprio. Me cansa as notícias da Folha que só falam do vestido que a mulher de Obama usou na noite da vitória e do cachorro que vão comprar para a sua nova residência, a Casa Branca. Eles esquecem que o preço do saco da ração do cachorro e o banho que ele tomará periodicamente no veterinário custará mais do que uma criança na Etiópia consome com alimentação durante uma semana. Exageros à parte, isso faz parte do meu desabafo.

Recebi um e-mail com uma baita sabedoria:

"Deus convidou um homem para conhecer o céu e o inferno.

No inferno, o homem viu uma sala e em seu centro havia um caldeirão cheio de apetitosa sopa. À sua volta estavam sentadas pessoas famintas e desesperadas. Cada uma delas segurava uma colher, porém, o cabo era muito comprido impedindo que colocassem a sopa na própria boca. O sofrimento era grande.

Em seguida, foram até o céu. Entraram em uma sala idêntica a primeira, com o mesmo caldeirão, as pessoas em volta e as colheres de cabo comprido. A diferença é que todos  estavam  saciados.  Não  havia  fome, nem sofrimento.

- Eu não compreendo. Por que aqui as pessoas estão felizes enquanto na  outra sala morrem de aflição, se é tudo igual? - o homem perguntou a Deus.

Deus sorriu e respondeu:

- Você não percebeu? É porque aqui eles aprenderam a dar comida uns aos outros."     

Não é olhando para o próprio umbigo que iremos transpor as barreiras.

PhotoFunia

Lino Resende postou ontem sobre alguns sites que podem ser úteis para customizar o blog. Dentre eles, o PhotoFunia, que possui vários efeitos legais que podem ser feitos com a sua foto.

Adorei essa. Eu, exposta no museu.

Divulguem!

PhotoFunia_177f6

Será Obama?!

04 novembro 2008

Os norte-americanos esperam ansiosos e exaustos pelos resultados das eleições.

Li nas últimas notícias que os deputados da Alemanha e da Holanda, a África em peso, o Lula, o Fidel, além de Hollywood, estão torcendo por Obama. Se depender de torcida, a sua festa em Chicago já está garantida.

E então fiquei pensando: será que ele imagina o tamanho da sua responsabilidade diante de todas as pessoas e o quanto será cobrado e pressionado por isso? Será que ele sabe que não apenas os EUA, mas o mundo inteiro está na expectativa que ele revolucione um complexo sistema anteriormente maculado por Bush? E que não adiante atacar tanto McCain se não for capaz de cumprir suas promessas e mostrar o quanto pode ser melhor?

Eu torço mesmo por um mudança radical. Por propostas menos egocêntricas e por uma política com menor ar de superioridade. Está na hora dos EUA perceberem que não são o centro do universo. Ou deixam de lado o narcizismo e olham para as outras nações amigas que precisam de apoio/ajuda ou vão cair sozinhos. É...o muro de Wall Street já caiu.

obama

Mas, qual o impacto dessas eleições para o Brasil?

Segundo a BBC Brasil, dependendo da linha política e econômica adotada pelo novo presidente, o mundo terá uma reação diferente. Algumas questões, que aparentemente dizem respeito apenas aos Estados Unidos, são de interesse também da América Latina, incluindo o Brasil:

* Os Estados Unidos são o maior comprador de produtos brasileiros, representando 14% das exportações. Para o governo brasileiro, esse número poderia ser maior caso os Estados Unidos diminuíssem a ajuda financeira que concedem aos produtores locais, na forma de subsídios. Uma postura mais favorável ao livre comércio beneficia o Brasil porque abre o mercado americano a uma maior quantidade de produtos brasileiros e  cria condições para que as barreiras comerciais sejam diminuídas em âmbito mundial.

* Os EUA cobram uma sobretaxa de US$ 0,54 o barril sobre o álcool brasileiro, com a justificativa de que precisam proteger o produtor americano. O professor de Relações Internacionais da UNB, Carlos Pio, não há indicações de que uma política mais liberal seja adotada. Pode ocorrer investimentos em álcool na Califórnia ou ainda produzir em outros países. O Brasil não é a única alternativa.

* Uma das principais dúvidas diz respeito à relação dos EUA com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez: se a política de isolamento contra esse país e seus seguidores (Evo Morales - Bolívia e Rafael Correa - Equador). A aliança estratégica com o governo colombiano deve continuar no caso de vitória de McCain e poderá sofrer abalos caso Obama seja eleito.

* Em relação a imigração, as propostas incluem maior segurança nas fronteiras e mecanismos que permitam aos empregadores descobrir se seus funcionários têm realmente visto de permanência no país.

O valor de uma vírgula

03 novembro 2008

Eu sempre me confundo com as vírgulas. Nos meus textos, às vezes estão em excesso ou em falta. Eita coisinha complicada!

A Associação Brasileira de Imprensa comemorou os 100 anos com uma campanha mostrando quanta diferença faz a vírgula: "100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação"

Vírgula pode ser uma pausa... ou não.

Não, espere.
Não espere.

 

Ela pode sumir com seu dinheiro.

23,4.
2,34.

 

Pode criar heróis.

Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.

 

Ela pode ser a solução.

Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.

 

A vírgula muda uma opinião.

Não queremos saber.
Não, queremos saber.


"SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE QUATRO À SUA PROCURA."

Se você for mulher, certamente colocou a vírgula depois de MULHER.
Se você for homem, colocou a vírgula depois de TEM.

Falando em Português, não deixe de acessar: Conversa de Português, o outro blog da Andréa.

Mais tarde... ainda durante o Halloween...

01 novembro 2008

Estava na faculdade, meu celular vibra, eu atendo.

- Oi amor.

- Rê, eu tô na frente da sua casa pra pegar o carro, tô tocando a campainha e ninguém atende. Mas, acho que tem gente aqui, a luz tá acesa.

- Ah, mas minha mãe deve estar em casa, ela não ia sair. Espera um pouco que eu vou tocar lá e já te retorno.

Trim... trim...

- Alô?!

- Pai, por que vocês não estão atendendo o interfone? O Thomas tá aí na frente e precisa pegar o carro. Disse que tá tocando, mas ninguém vai atender.

- Ah, é que sua mãe disse pra não atender mais a campainha. Ela não agüenta mais a molecada pedindo doce. A gente até já deu daqueles chicletes horríveis de pimenta que seu irmão trouxe outro dia, mas eles não desistem. Pode deixar que já vou lá abrir pra ele.

Imagina?! Minha mãe nem parou o que estava fazendo e nem se preocupou em quem estava lá fora.

Ela pensou que eram os meninos e meninas brasileiras que nem sabem que hoje é dia do Saci (ou talvez nunca ouviram falar nele!) e que contam os dias pra irem pros EUA fazer um ano do colegial e voltarem orgulhosos por torrarem o dinheiro dos pais roupas de marca, que lá é mais barato.

P.S.: Tem um post no meu outro blog relacionado ao fim da era norte-americana. É uma entrevista que saiu na Carta Capital com o filósofo Slavoj Zizek. O enfoque principal é sobre a crise, mas é muito interessante e eu recomendo a leitura.

Dia da Blogagem Coletiva

31 outubro 2008

* Esse post faz parte da Blogagem Coletiva organizada pelo Ronaldo, do Vida Blog, apoiado por Andréa e pelo grupo Blogueiro.

blogagemcoletiva

Finalmente esse dia tão esperado chegou!

Confesso que estava ansiosa com o que ia escrever, afinal, é a primeira vez que participo de algo importante assim no mundo da Blogosfera.
Fiquei matutando outubro inteiro sobre como abordar esse assunto. Depois de decidir, escrevi, li e reli. Mas hoje de manhã quando li os outros textos do pessoal que estava participando fiquei bem intimidada.

Eu nunca participei efetivamente de uma comemoração folclórica característica no Brasil. Nosso país é uma miscelânia, não-homogêneo e cada região tem suas tradições e culturas. Aqui no estado de São Paulo por exemplo, não temos festa de bumba-meu-boi como na região Norte, nem Festa do Divino como é tão tradicional em Goiás e o Carnaval não chega perto do que tem no Rio de Janeiro e na Bahia. O que eu conheço foi o que aprendi na escola quando comemorávamos o dia do Saci Pererê ou quando a professora contava sobre o Lobisomem.

A cultura brasileira é muito mais rica do que isso. Temos a diversidade, a miscigenação. E é isso que faz de nós um povo diferente. Temos as cantigas de roda, as modinhas, o samba, a capoeira, o maracatu, os contos, os mitos. E só depois de pensar e refletir sobre isso para o dia da Blogagem Coletiva é que percebi o quanto é importante e que deve ser cultivado.

E hoje, fiquei pensando se o dia 31 de outubro tem algum significado importante pra mim. E a verdade é que não me importo muito em comemorar o Halloween.

O Halloween ou Dia das Bruxas teve origem há muito tempo entre os povos celtas, num festival que comemorava o fim do verão e o início do Ano-Novo. Com o tempo, se estabeleceu uma data fixa para a comemoração, que adquiriu um novo siginificado. Acreditava-se que nesta data, as almas dos mortos voltavam à Terra.

É por isso que também existe o Dia de todos os Santos (01 de novembro) aqui no Brasil, capisci? Vem tudo num pacote 3 x 1: bruxa, santos e finados.

Existem alguns símbolos geralmente associados a esse dia: as bruxas, as abóboras (que por incrível que pareça simbolizam fertilidade e sabedoria), as velas (servem para iluminar o caminho dos espíritos), o gato preto, a vassoura, os morcegos. Essa celebração é tradicional e cultural e ocorre comumente em países como Estados Unidos, Canadá, Irlanda e Reino Unido. Os adultos fazem fogueiras e as crianças saem nas ruas fantasiadas pra pedir doces as vizinhos.

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A primeira e fracassada experiência que tive foi quando participei de uma festa de Halloween da escola onde eu fazia inglês. Eu detestei. Toda aquela decoração em roxo e laranja, todo mundo de preto. Simplesmente não teve graça. E a maioria não entrou no clima.
Acho que acaba sendo forçado, meio norte-americanizado. Não é uma festa comum por aqui. Na época, eu era "aborrecente" e lembro que me senti uma babaca. Estava cheio de criançada e o meu paquera (que era a última esperança pra melhorar o meu astral) decidiu dar o bolo na última hora.

Teve também no ano passado um episódio lá no meu bairro. Moro num condomínio. E sempre tem uns infelizes que resolvem achar que moram nos EUA.
Estava em casa à noite quando a campainha tocou. As cachorras latiram e o interfone estava chiado. Só ouvia uma barulheira e a molecada gritando e eu tentando escutar:

-Trick trick!
- Ahn??? – eu, que já estava entrando em transe me preparando pra dormir, não conseguia entender nada naquele momento.

- Trick ou trit?!"
- Ahn??? – eu de novo. Nunca ia lembrar que era dia 31 e que eles estavam falando em inglês e queriam dizer "Trick or treat".

- Gostosuras ou travessuras? – eles gritaram numa última tentativa.
- Ahn??? – eu queria dizer: ahn?! Não acredito que vocês estão acordados a essa hora enchendo o saco da vizinhança.

Falem o que quiser. Sou chata quando estou com sono e com fome. E os fedelhos que não tinham o que fazer me tiraram a paciência. Ainda mais pra pedir doce. Na época ainda era dentista, imagina o quanto eu era contra guloseimas.
No final das contas minha mãe, que já tinha tido experiência parecida no ano anterior, me socorreu e foi lá fora falar com a mamacada.

Esse meu texto não é nada informativo, nem cultural. Depois de ler os textos (um mais interessante que o outro), me senti uma formiguinha. Mas, agora que já entendi qual é o espírito, na próxima vou acertar na mosca.

Quis dar a minha opinião sobre o folclore e sobre o polêmico (pra mim!) Halloween. Existem pessoas que gostam de comemorar e eu até respeito.

Mas, poxa, aqui no Brasil o que tem é jerimum, não pumpkins.

Comemoramos Dia dos Namorados e não Valentine´s Day.

Tem mula-sem-cabeça, caipora, chupa-cabra.

Aqui não tem democratas e republicanos, tem o Luis Inácio Lula da Silva.

E tem deliciosas festas juninas e não Halloween.

O que eu quero é pipoca, cachorro-quente, pé-de-moleque, amendoim, cocada, vinho quente, algodão-doce...

A polêmica da cerveja

30 outubro 2008

Sei que já escrevi sobre cerveja essa semana. Mas, isso não quer dizer que esse é meu único assunto. Eu sou a maior amadora nisso. Mas, gosto de levantar questões quando leio algo que me intriga.

A questão do dia é: Ministério Público acionou três das maiores cervejarias do país pedindo indenização por danos causados à saúde da população. (Folha Online)

O governo quer embolsar R$ 2,75 bilhões da Ambev, Schincariol e Femsa para recompensar os gastos com o SUS e as despesas previdenciárias, em razão de doenças diretamente relacionadas ao consumo de álcool.

De acordo com as pesquisas, a maioria dos adolescentes presta atenção nos comerciais, se identifica e acredita ser verdade o que diz a publicidade.

Eu achei isso um pouco esquisito e concordo PARCIALMENTE com essa medida.

Acredito que essas empresas têm que rever suas políticas sociais, assim como foi feito na indústria do cigarro e que elas deveriam investir em prevenção e tratamento relacionados aos seus produtos. Porém, a realidade é que elas vivem da publicidade! É óbvio que não vão parar (tão logo) com as propagandas. Não será o valor exorbitante dessa indenização que acabará com o problema do alcoolismo.

Se o raciocínio for esse, indenizem também as redes de fast-food por incentivar o consumo de milhares de calorias e resultar nos pacientes obesos que sofrem com a hipertensão e o diabetes. Indenizem os responsáveis pelas festas rave, que permitem o consumo livre todo tipo de drogas entre os jovens.

Achei gigangrotesca (Igor, estou aprendendo esses neologismos fodásticos com você) a ignorância desses beberrões que acreditam que cerveja faz bem pra saúde, te faz mais poderoso ou atrái as gostosonas pra sua mesa no bar. Todo cidadão em sã consciência ou com o mínimo  grau de inteligência sabe que o álcool não traz porr* nenhuma de benefício. Sabemos quão sério e triste é a dependência do álcool, que são inúmeras as mortes por acidentes com pessoas embriagadas e quantas famílias são destruídas por isso.

A mesma juventude que respondeu à pesquisa quer se mostrar tão independente em certos aspectos, mas tem momento que se mostra inconseqüente e sem limites (Atenção: não estou generalizando!). Quando as coisas fogem do seu controle, se afirmam menores de idade e não respondem pelos seus atos. O que não falta nesse mundo é informação poxa!

E eles parecem ignorá-las e persistem com o erro! E depois não querem ser taxados/tratados como imaturos e despreocupados.

Isso não é discurso, muito menos puxão de orelha.

Eu adoro festa, curtição, cerveja gelada no calor, chopp com os amigos, saquê ou vodka na caipirinha. E toda aquela sensação de ficar-mais-relaxada. Já dei vexame por causa de bebida, mas estava num churrasco e voltei pra casa com o ônibus da faculdade  (Olha eu num comento confessionário!).

O meu objetivo é outro. Queria só deixar minha opinião sobre a notícia e dizer que um erro não justifica o outro. Ponto final. Se não for querer demais, essa questão podia vir à tona pra saber se só eu dou Do-Contra.

P.S.: Um dia para a Blogagem Coletiva! EBA!

Notícias bizarras - parte II

29 outubro 2008

É, não teve jeito.

Esporadicamente terei que escrever sobre as notícias bizarras que leio por aí. Por isso, eis a parte II (clique aqui se ficar curioso para ler o primeiro que foi publicado) desta minha nova saga.

Fica até difícil de acreditar. Penso às vees que meus olhos estão enganados e que o que estou lendo não aconteceu de verdade.

"Documento oficial diz que avião quase se chocou com Ovni na Inglaterra"

"Chef britânico é condenado a matar, cozinhar a comer amante"

"Americano é preso por usar a avó em vídeo de rap"

Primeiro Selinho

28 outubro 2008

Fiquei tão feliz quando a Vanessa me ofereceu esse selinho. Obrigada querida!

Foi o primeiro que ganhei e fiquei muito surpresa. Não esperava que esse mundo blogueiro fizesse tanta diferença na minha vida e agora, não me imagino sem esse espaço, sem escrever.

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Queria dedicar o selinho a todos que tem seu blog e que aqui comentam, porque penso que todo blog daria uma boa história ou um conto de fadas.

E ofereço o selo para:

Fernanda - Compulsão por palavras

Priscila - Mas, que imbróglio!

Heineken

27 outubro 2008

Nesse calor, eu que não sou muito fã de cerveja, não resisto àquele copo geladinho.

Achei a proposta da Heineken bem interessante nesses descansos para copo. Encontrei-os num bar aqui da minha cidade. É mais uma inspiração quando estamos diante de uma roda de amigos jogando conversa fora, rindo pra celebrar o final de semana.

2 

 1

3

Você sabia?!

→ A garrafa da Heineken é verde para representar frescor, natureza e vida. Simboliza saúde e vitalidade e é uma homenagem à natureza.

→ A estrela de cinco pontas é um símbolo tradicional da qualidade da cerveja que remonta a mais de 500 anos. Em 1300 aproximadamente, quando a preparação da cerveja era considerada algo mágico, muitas cervejarias penduravam uma estrela acima da caldeira de malte para afastar os maus espíritos que pudessem perturbar o processo de fermentação. Assim, a estrela tornou-se um símbolo de pureza.

→ O "e" da Heineken é projetado para ter uma aparência sorridente, arteira. Para que o nome da marca parecesse menos formal, em 1951, Alfred Heineken inclinou o "e" da maneira ideal para dar a impressão que ele sorria, nem muito inclinado para direita, pois ele pareceria triste nem para a esquerda, porque pareceria louco.

Que as mensagens sirvam de inspiração para nossa semana!

2.6

24 outubro 2008

Queria fazer um post sobre meu aniversário de namoro. É hoje. Dois anos e meio.

Eu, mulher de mil e uma fases, estou na fase anti-mela-mela. Sabe?! Nada ultra-romântico vai me despertar interesse. Muito menos algo convencional, previsível, tedioso.

Comecei a ler Tati Bernardi por influência da minha prima. São textos inteligentes, engraçados e fácil de se identificar. E foi de um dos seus textos que fiz a minha adaptação pra que esse dia fique ainda mais especial.

E agora que eu tenho certeza que você não é aquele, eu me descubro cagando um monte pra tudo isso. Porque você não é perfeito, mas o homem idealizado não tem seu pé grande que eu amo tanto e que fica roçando no meu por baixo do lençol. 
O mala do cara dos meus sonhos não tem as suas lindas bochechas: com mais tinta do que o planejado.
O homem perfeito é um puta de um chato com seus cds cults e cartazes de filmes europeus pela sala. Você, tocando sua guitarra imaginária debaixo do chuveiro ou com seu MP3 com volume no último, dançando ao som de Elvis ou Marvin Gaye é muito mais divertido, porque eu rio até não agüentar mais vendo seu rebolado e eu, uma pateta, com meu sem-jeito-nenhum-pra-dança tentando acompanhar.
Com certeza, se eu encontrasse o homem perfeito eu o trairia com você.
Eu sonhei sim com esse cara, que me levaria tomar sopas quentinhas em lugares com jazz e olharia para mim a noite toda achando que maior diversão no mundo não poderia haver.
Mas você me levou pra tomar açaí e toda vez se suja com shoyo quando vamos no restaurante japonês. Você com essa mania de ter tantos amigos me faz ter raiva e querer compulsivamente sua atenção. E me faz querer tanto você daqui a pouco, porque você não enjoa.  E peço a Deus para que eu nunca desista de sentir essa raiva, porque não pode existir raiva mais cheia de borboletas, notas musicais e passarinhos azuis.
Eu quero sim te matar, porque você tem uma mania surda de me chamar de brava, de bruxa, e eu quero te socar porque você já descobriu tudo o que me irrita e gosta de me ver assim. Mas quando qualquer outra coisa no mundo me irrita, eu lembro que eu tenho você pra me fazer sentir serena outra vez dizendo que não vai discutir nem brigar comigo, mesmo eu querendo muito.
Não somos um casal melado, mas duvido que tenha alguém que duvide do nosso amor. E você tem a maior paciência do mundo em curar a minha loucura.
Você com sua cara de calmo, que tudo vai muito bem e que tudo vai dar certo, enquanto eu coleciono olheiras, rugas e berros. É, as nossos rostos se combinam.
E você cabe de sobra na minha intensidade, e acaba com a minha neurose fria no quentinho da sua cama.
É cansativo viver sem vírgulas porque eu respiro a sua existência 24 horas por dia, e só coloco vírgulas teatrais para você não enjoar de mim.
E fazendo isso, eu só consigo te amar mais ainda. Porque você enterrou meu sonho aprisionado pela perfeição e me libertou para vivê-lo.
E a gente vai por aí, se completando assim meio torto mesmo. E Deus escrevendo certo pelas nossas linhas que se não fossem tão tortas, não teriam se cruzado.

(Texto adaptado de "Amor à segunda vista", de Tati Bernardi)

Professores na Blogosfera

22 outubro 2008

Aproveitando a deixa da Andréa, que apresentou o blog do seu aluno, olha o que encontrei no Estadão: Professores usam blogs para incentivar alunos.

"Acessar diariamente o blog da professora de língua portuguesa Roberta Ramos para fazer exercícios gramaticais já virou rotina para os alunos de 6ª série do Colégio São Luis, no bairro Cerqueira César, em São Paulo.

Até o ano passado, eles não tinham tanto interesse em aprimorar a ortografia. A mudança foi motivada por uma estratégia simples da educadora: lançar desafios gramaticais no blog sem avisar a data. O aluno que enviasse a resposta primeiro, ganharia um chocolate da professora. Nem a professora esperava uma reação tão positiva (...)"

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É cumpadi. Parece mesmo qui essa onda de "brog" pegô. Eita trem bão dimais.

1ª Feira Nacional do Livro

20 outubro 2008

Não sei se isso acontece com todo dono de blog, mas tenho mania de deixar registrado no computador todas as idéias, notícias e matérias quando imagino que dariam um belo post. Conclusão: nunca me falta assunto, pelo contrário, tenho dezenas de coisas que quero escrever que ainda estão arquivadas, aguardando sua vez.

O problema é que quando penso: "Hoje vou publicar aquilo, daquele dia", aparece algo novo que eu também quero divulgar e que também é interessante. Daí fico sem saber o que fazer. Ainda mais eu, que quase não sou indecisa.

Idéias à parte, queria divulgar a 1ª Feira Nacional do Livro, que acontecerá em Jaguariúna, interior de São Paulo, dos dias 22 a 26 de outubro. Pra quem gosta de livros (como eu!) é um prato cheio. E é bom sair da rotina e visitar algo diferente de vez em quando.

A Feira tem seu blog oficial que tem um post bem legal sugerindo que as pessoas façam um catálogo de livros, pra registrar os livros que já leu durante a vida. Adorei a idéia. Não sei porque nunca pensei nisso antes. Agora vai ser difícil lembrar de todos que já li.

Vídeo sobre a crise

19 outubro 2008

Minha professora de Economia nos encaminhou alguns links referentes à crise econômica mundial.

Dentre eles, tem esse vídeo* que gostei muito. O economista, e professor, Eduardo Giannetti da Fonseca (que não sei bem quem é, mas deve ser um cara importante!) fala do contexto com uma visão diferente e muitíssimo interessante.

Cita um filósofo do século XI dizendo que "uma pessoa caminha sem dificuldade por uma tábua estreita, enquanto acredita que ela está suspensa no solo. No momento que essa pessoa se dá conta de que esta tábua está sobre o abismo, ela vacila e despenca."

Concodo plenamente com a sua afirmação: "O mundo avançou em termos de tecnologia e prosperidade, mas ao invés das pessoas se libertarem, elas se tornaram escravas de suas realizações financeiras (...) Se nós tivéssemos realmente avançado com o objetivo de prosperar, estaríamos mais preocupados com outras questões da vida. É como se toda a nossa realização humana dependesse do sucesso nessa métrica muito questionável que é a métrica da riqueza."

*Não consegui inserir o vídeo na página do post

Conto de fadas do século XXI

17 outubro 2008

Falando de tempos modernos... não foi só a tecnologia que evoluiu.

Viva a independência feminina!

"Era uma vez, numa terra muito distante, uma linda princesa, independente e cheia de auto-estima que, enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo estava de acordo com as conformidades ecológicas, se deparou com uma rã.

Então, a rã pulou para o seu colo e disse:

- Linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Mas, uma bruxa má lançou-me um encanto e eu transformei- me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir um lar feliz no teu lindo castelo. A minha mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavarias as minhas roupas, criarias os nossos filhos e viveríamos felizes para sempre...

E então, naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã à sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria e pensava:

'Nem fo...den...do!´"

(LuÍs Fernando Veríssimo)

Eu, meio atrasada em relação aos avanços da Internet, descobri (só agora) quão prático é se atualizar através dos RSS Feeds.

Pra quem não conhece, vale a pena se informar.

O termo Feed vem do verbo em inglês "alimentar". Na Internet, este sistema também é conhecido como "RSS Feeds". Na prática, Feeds são usados para que um usuário de internet possa acompanhar os novos artigos e demais conteúdo de um site ou blog sem que precise visitar o site em si. Sempre que um novo conteúdo for publicado em determinado site, o "assinante" do feed poderá ler imediatamente. (Wikipedia)

Agora, fico toda animada lendo as notícias através da minha conta Google Reader. De vez em quando encontro algumas, no mínimo, curiosas:

"Nos EUA, família crema avó na churrasqueira para ficar com a pensão." 

"Mulher evita ataque decapitando homem com foice."

"Madonna proibía ex de ver TV e comer alimentos não-saudáveis."

Não existe filtro no Feed contra notícias inúteis?!

 

(Ex) dentista?!

15 outubro 2008

Achei bem legal a proposta do e-mail "Você sabia isso sobre mim?" que está rolando entre o Grupo Blogueiros. Permite que, ao responder algumas perguntas e encaminhá-las, as pessoas conheçam um pouco mais sobre você.

Você sabia que quando eu era criança (quando eu era feliz e não sabia!), adorava assistir Mundo da Lua, Rá-tim-bum e Carrossel? Que essa era minha única preocupação?! hehe... Que uma das minhas comidas favoritas é a japonesa e o bife a parmegiana? Você sabia que sou formada em Odontologia e que um dia já estive do outro lado da cadeira do dentista?!

Ontem vivenciei bem isso. Fui tirar algumas radiografias porque enncanei que um dente estava meio sensível. Fui para controlar, averiguar. Coisas de (ex) dentista.

O Sr. Técnico Cavalo não foi nem um pouco gentil quando enfiou o posicionador (não se prenda aos termos técnicos) na minha boca. Fiquei lá, indefesa, babando, segurando aquele bendito guardanapo. É nojento e a sensação é horrível quando o cara de branco, mané, fica te olhando cuspir, né?!

Fiquei nostálgica. Lembrando dos tempos como Odontopediatra. Dos meus pacientinhos que choravam, gritavam, especialistas em morder meus dedos quando eu estava distraída, que não abriam a boca, que chutavam o ar e às vezes acertavam minha cabeça.

dente

Mas, que depois, saiam do consultório me dando beijo e abraço. E que me faziam voltar pra casa mais feliz.

Dezenas de pessoas já me perguntaram:

- Renata, você não gosta mesmo de ser dentista? Não percebeu nada durante a faculdade?

Primeiro, me deixa pô! Eu também tenho o direito de errar!

Segundo, eu gosto da minha profissão e me considero privilegiada por ter tido essa experiência. E eu gostava de trabalhar. Somente comecei a pensar que talvez não fosse isso que queria fazer o resto da vida e que não necessariamente fiz a escolha 100% certa.

E não. Não percebi nada de anormal durante a faculdade. Foi uma das melhores fases da minha vida. Ponto final.

Superado o conflito interno que vivi no período de decisão, ainda é difícil me considerar uma ex-dentista. Por enquanto, sou dentista que não exerce a profissão e estudante me (re)aventurando em busca de mais sonhos e mais perspectivas.

Vejo por esse lado: pelo menos sou eu que analiso minhas próprias radiografias.

Veja por esse lado: você terá sorte se estiver na mesma festa que eu estiver. Por que? Se você beber demais, cambalear, perder o equilíbrio, cair, pagar mico e além de tudo perder um dente, estarei lá para te orientar sobre como proceder ou até mesmo fazer um reimplante de emergência!