"Era uma vez um planeta azul...

01 dezembro 2008

...Que rodava e vagava no infinito.

Sereno e grandioso. Tão cheio de coisa a oferecer. E um dia pensou que deveria compartilhar esse pedacinho de paraíso e parar de se sentir tão sozinho.”

- Foi assim que a gente apareceu, mãe? – Léo perguntou ansioso, como sempre.

- Mais ou menos, filho. Mas, é só uma estorinha. Posso continuar? – Nina respondeu, paciente.

“... E assim, os primeiros moradores começaram a chegar. Desde o mais simples e pequenino até o maior e cheio de detalhes. As flores, as pedras, as árvores, o mar, os rios, os animais.”

- Todos os outros? - Léo falou, meio a um bocejo.

- É.

- Igual o Leopoldo, a Rosa e o Pingo? – sussurrou já fechando os olhos.

- Isso mesmo. Foi aí que surgiram os peixes, os gatos, os cachorros e todos os outros bichos que existem na Terra.

- E daí chegaram os adultos e estragaram tudo. Eu vejo na televisão quanta coisa ruim que está acontecendo. – Alice entrou no quarto.

- Fale baixinho Alice, o Léo acabou de dormir.

- Mas, não é verdade mãe? – ela insistiu.

- É meu bem, você tem razão. Mas, o que você andou assistindo?

- Ah, vi ontem na televisão, quando a gente estava na casa da vovó. Reparei bem que ela chorou quando viu aquele monte de gente perdendo suas casas e sofrendo. E prestei atenção quando vocês falaram que tem a ver com o  aquecimento global. A minha professora já falou disso na escola. Ah, mãe, fiquei com medo. E fiquei triste também.

- Filha, eu sei que é difícil entender. Os adultos são meio complicados e às vezes eu também não entendo. São tão inteligentes pra certos assuntos, mas estão destruindo o planeta, a natureza, que é sua única casa. Você também vai ver muitas outras coisas tristes na televisão. Os jornais falam de guerra, de violência. Mas, não precisa ficar com medo. Pense que o Bem sempre vence o Mal e existem pessoas espalhadas por aí que não cansam de lutar pra que tudo isso mude, pra que as coisas melhorem. Sabe a empresa onde o papai trabalha? Estão arrecadando alimentos pra mandar para as famílias que estão desabrigadas lá em Santa Catarina. Quer ir no supermercado comprar algumas coisas e ajudar também?

- Quero sim! Amanhã bem cedinho?

- Sim. Te acordo bem cedo. Ficou mais calma agora? Quer que eu termine a estória do Planeta Azul pra você? Tem um final feliz, prometo.

- Ah não, mãe. É muito de criança, né?! Amanhã você termina de contar para o Léo. Mas... você deita comigo pra gente continuar o Pequeno Príncipe?

11 comentários:

Anônimo disse...

Oi lindinha. Fiquei meia hora lendo o blog (pq estava atrasada com os assuntos). Vc me deu uma boa ideia...não enfeitei os banheiros; preciso pensar num jeitinho para faze-lo!! Não adianta né Re, eu adoro enfeitar a casa no Natal...é um karma!!
Como sempre viajei nos assuntos, aprendo muito aqui. Te amo. Mami

Anônimo disse...

Acho que estou no espaço errado de comentário, mas gostei da real história infantil e do despertar da consciência de que precisamos preservar o planeta

Nina disse...

Mt legal o modo como vc falou isso Renatinha! e adorei ver alguém com meu nominho ali, e ainda é mamae, rsrsrs

as criancas gostam de ajudar tbm, e isso é importante. bacana o texto,bem carinhoso, amei!

Cadinho RoCo disse...

Seu jeito de contar estorinhas é gracioso demais.
Sabia disso?
Cadinho RoCo

Vanessa Anacleto disse...

Que lindo. Adorei este final com ela dizendo que a historinha era "Muito de criança, né?"


beijo e obrigada pelo comentário lá no Fio.

http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

Oi Renata, vc está sabendo dessa blogagem? Fiz um convite no meu blog, mas vc poderá confirmar se deseja participar no link abaixo.

Blogagem Coletiva Direitos Humanos 2008 II (Aval das Nações Unidas)

Maiores informacoes aqui:

http://fenixadeternum.blogspot.com/2008/11/direitos-humanos.html

Um abraco e boa noite

Anônimo disse...

Renata, as crianças estão expostas a tua que acontece no mundo e não sei até que ponto temos que protegê-las dessas informações, afinal, o futuro bate a nossa porta e eles serão os que herdaram o bem e o mal.
Não sei se o mundo está melhorando ou piorando. O homem sempre foi devastador, mas não consciente da devastação como agora. Acho que isto é positivo e podemos reverter ou amenizar as consequências.
Viu as notícias ontem sobre Veneza? assustador. Acho que uma grande nuvem paira sobre a terra. Precisamos pensar e agir!
Como a Vanessa, gostei do final. Tive aquela sensação de quando entramos na adolescência; que não sabíamos se éramos ainda crianças ou se deveríamos nos comportar como adultos.
Boa semana! Beijus

dácio jaegger disse...

Renata, tudo a seu tempo neste tempo de ver as coisas do futuro. Os pequerruchos devem ouvir as lendas, os maiorezinhos as amenidades, os conscientes um pedido de ajuda para tornar o ambiente legal e nós pegarmos o touro à unha para mudarmos de uma vez para sempre nossos destinos. Exemplar a história do planeta azul. beijos

Anônimo disse...

- E daí chegaram os adultos e estragaram tudo.
A verdade dura e crua na boca de uma criança. Que lindo.
Bjs
Jorge

Igor Garcia disse...

Sabe o que é mais espetaculoso dessa historia Fê, que eu tb ajo da mesma maneira? Em hipótese alguma a mãe tratou a filha como criança! Diante de um assunto desse, crianças não mentem, não tem subterfúgios, não fingem, não escondem, por isso ela conversou abertamente!

E Pequeno principe é fantástico com todas as letras!!!

Bjs n'alma!

Filipe Garcia disse...

... fica aí um tom de lamento. E ousarei discordar da mãe que diz que o Bem sempre vence sobre o Mau. Porque nesse caso, a gente percebe que o nosso mundo caminha pro fim. O homem, tão preso ao próprio ego e ao dinheiro, não anda medindo as conseqüencias. Não quero ser fatalista, mas também não quero ser demagogo e pregar que chegarão tempos de mil maravilhas. E aqui eu concordo com a filha quando, no final, diz que é história pra criança.

Seu texto, Rê, foi um convite à filosofia. Gosto quando um texto provoca isso em mim.

Um beijo!