Era uma vez uma menina.
Uma menina e seu pai.
Aquele que tinha um coração que cabia o mundo dentro.
Mas, às vezes ele parecia triste.
E ela pensava: porquê?
Ela cresceu e percebeu.
O problema era aquele copo. O copo cheio.
O copo que traz mudança. Pra pior.
O copo da doença. Que destrói.
O copo trouxe mágoa e afrouxou os laços.
E aquele maldito muro se formou. Sem querer.
E ela engoliu um sapo.
O sapo que inflava na garganta sempre que lembrava, que pensava.
Tudo que sentia endureceu. Petrificou. Congelou no tempo.
E ela se cansou de tentar pular o muro, de vencer a barreira.
E sofreu calada.
Certo dia o pai aceitou ir conversar com o homem de branco,
E no outro dia acordou diferente.
E ela pensou ter visto brilho naquele olhar.
Que oscilava e se mostrava vago muitas vezes.
Será?!
E então ela percebeu. Enxergou luz. E a menina chorou.
Chorou feliz. Transbordou de esperança.
E rezou. E ainda reza.
E os tijolos do muro vão caindo aos poucos.
"E não te esqueças, meu coração,
que as coisas humanas apenas
mudanças incertas são."
(Arquíloco, poeta grego)
9 comentários:
linda história! Principalmente a parte do muro no chão... =)
devagar e sempre.
Que aperto no coração, Renata.
Belo texto.
bjs
Vamos torcer juntos para este muro continuar a cair.
Beijinhos mil!
Quase morri de chorar, só não morri, porque tinha que escrever aqui para agradecê-la, porque você é linda, por dentro e por fora. Te amo. Mami
Aperta o coração. Mas há que se dizer: Este muro vai cair todo. Há que despedaçar-se inteiro, para que esse amor volte a reinar absoluto!
Beijocas
www.lizziepohlmann.com
Renata, ainda bem que vc foi a primeira a ler o conto. Eu coloquei cheiro de éter qdo deveria ter dito formol. Minha formação é em humanas desde o 2o grau , jamais entrei num laboratório e estudei medicina legal pelos livros.
'Brigada
beijo
Olá Renata
Que lindo conto!
Obrigada pela sua vista, a porta está sempre aberta.
Abraços
NOssa Rê...linda linda...
Eu tbem tenho um moro desse...=/
Tô na torcida...adoro muros que caem...;)
Beijos
PS: me aytrapalho toda pra comentar aqui...rs
que bom que os muros estão caindo... os da minha menina, só cairam no último dia de vida do pai dela... mas cairam, e ela hj respira aliviada por ter se permitido aceitar que homens sao simplesmente, diferentes da gente :)
bj querida!
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