* Esse post faz parte da Blogagem Coletiva organizada pelo Ronaldo, do Vida Blog, apoiado por Andréa e pelo grupo Blogueiro.
Finalmente esse dia tão esperado chegou!
Confesso que estava ansiosa com o que ia escrever, afinal, é a primeira vez que participo de algo importante assim no mundo da Blogosfera.
Fiquei matutando outubro inteiro sobre como abordar esse assunto. Depois de decidir, escrevi, li e reli. Mas hoje de manhã quando li os outros textos do pessoal que estava participando fiquei bem intimidada.
Eu nunca participei efetivamente de uma comemoração folclórica característica no Brasil. Nosso país é uma miscelânia, não-homogêneo e cada região tem suas tradições e culturas. Aqui no estado de São Paulo por exemplo, não temos festa de bumba-meu-boi como na região Norte, nem Festa do Divino como é tão tradicional em Goiás e o Carnaval não chega perto do que tem no Rio de Janeiro e na Bahia. O que eu conheço foi o que aprendi na escola quando comemorávamos o dia do Saci Pererê ou quando a professora contava sobre o Lobisomem.
A cultura brasileira é muito mais rica do que isso. Temos a diversidade, a miscigenação. E é isso que faz de nós um povo diferente. Temos as cantigas de roda, as modinhas, o samba, a capoeira, o maracatu, os contos, os mitos. E só depois de pensar e refletir sobre isso para o dia da Blogagem Coletiva é que percebi o quanto é importante e que deve ser cultivado.
E hoje, fiquei pensando se o dia 31 de outubro tem algum significado importante pra mim. E a verdade é que não me importo muito em comemorar o Halloween.
O Halloween ou Dia das Bruxas teve origem há muito tempo entre os povos celtas, num festival que comemorava o fim do verão e o início do Ano-Novo. Com o tempo, se estabeleceu uma data fixa para a comemoração, que adquiriu um novo siginificado. Acreditava-se que nesta data, as almas dos mortos voltavam à Terra.
É por isso que também existe o Dia de todos os Santos (01 de novembro) aqui no Brasil, capisci? Vem tudo num pacote 3 x 1: bruxa, santos e finados.
Existem alguns símbolos geralmente associados a esse dia: as bruxas, as abóboras (que por incrível que pareça simbolizam fertilidade e sabedoria), as velas (servem para iluminar o caminho dos espíritos), o gato preto, a vassoura, os morcegos. Essa celebração é tradicional e cultural e ocorre comumente em países como Estados Unidos, Canadá, Irlanda e Reino Unido. Os adultos fazem fogueiras e as crianças saem nas ruas fantasiadas pra pedir doces as vizinhos.
A primeira e fracassada experiência que tive foi quando participei de uma festa de Halloween da escola onde eu fazia inglês. Eu detestei. Toda aquela decoração em roxo e laranja, todo mundo de preto. Simplesmente não teve graça. E a maioria não entrou no clima.
Acho que acaba sendo forçado, meio norte-americanizado. Não é uma festa comum por aqui. Na época, eu era "aborrecente" e lembro que me senti uma babaca. Estava cheio de criançada e o meu paquera (que era a última esperança pra melhorar o meu astral) decidiu dar o bolo na última hora.
Teve também no ano passado um episódio lá no meu bairro. Moro num condomínio. E sempre tem uns infelizes que resolvem achar que moram nos EUA.
Estava em casa à noite quando a campainha tocou. As cachorras latiram e o interfone estava chiado. Só ouvia uma barulheira e a molecada gritando e eu tentando escutar:
-Trick trick!
- Ahn??? – eu, que já estava entrando em transe me preparando pra dormir, não conseguia entender nada naquele momento.
- Trick ou trit?!"
- Ahn??? – eu de novo. Nunca ia lembrar que era dia 31 e que eles estavam falando em inglês e queriam dizer "Trick or treat".
- Gostosuras ou travessuras? – eles gritaram numa última tentativa.
- Ahn??? – eu queria dizer: ahn?! Não acredito que vocês estão acordados a essa hora enchendo o saco da vizinhança.
Falem o que quiser. Sou chata quando estou com sono e com fome. E os fedelhos que não tinham o que fazer me tiraram a paciência. Ainda mais pra pedir doce. Na época ainda era dentista, imagina o quanto eu era contra guloseimas.
No final das contas minha mãe, que já tinha tido experiência parecida no ano anterior, me socorreu e foi lá fora falar com a mamacada.
Esse meu texto não é nada informativo, nem cultural. Depois de ler os textos (um mais interessante que o outro), me senti uma formiguinha. Mas, agora que já entendi qual é o espírito, na próxima vou acertar na mosca.
Quis dar a minha opinião sobre o folclore e sobre o polêmico (pra mim!) Halloween. Existem pessoas que gostam de comemorar e eu até respeito.
Mas, poxa, aqui no Brasil o que tem é jerimum, não pumpkins.
Comemoramos Dia dos Namorados e não Valentine´s Day.
Tem mula-sem-cabeça, caipora, chupa-cabra.
Aqui não tem democratas e republicanos, tem o Luis Inácio Lula da Silva.
E tem deliciosas festas juninas e não Halloween.
O que eu quero é pipoca, cachorro-quente, pé-de-moleque, amendoim, cocada, vinho quente, algodão-doce...