Ela gostava daquele momento, daquela hora da noite quando todos da casa dormiam e o silêncio enchia seu quarto.
Olhava o teto cheio daqueles adesivos fosforescentes. Por que as estrelinhas continuam a brilhar mesmo quando apagamos a luz? Curiosa, sonhadora. Era quando o ar se inundava com seus pensamentos.
Se espreguiçando na cama, sorria e se lembrava do dia que tinha tido. Acho que foi o “bom dia” do Beto. Tinha trombado com ele ao abrir a porta do elevador de manhã. Foi pra escola flutuando. Pra variar, mais uma paixão platônica. Mas, o que importava? Aquilo sim era capaz de mudar o (seu) mundo!
Muitas vezes se esquecia que a noite fora feita pra dormir e descansar e passava as horas rolando no lençol. Aquele lençol macio e limpinho era uma ajuda e tanto para se perder nos seus sonhos.
Ah, os sonhos! Era seu universo único, onde podia ser ela mesma. Um lugar onde ninguém repara, ninguém julga. Ela podia ser o que quisesse.
Melissa estilo hippie, estilo rock, estilo chique.
Ou só Mel, mais descolada, mais espontânea, menos tímida, menos magricela.
Nos seus sonhos, ela era livre pra mudar, desistir, se arrepender e tentar de novo.
E era ali que ela tinha coragem para fazer acontecer. Sem ninguém saber. Para ela, isso bastava.
2 comentários:
Ai Rê, fiquei aqui, me sentindo um pouquinho Fê eu um tantão de Mel...
rs
Beijos
Que delícia de texto, acho que todo mundo já passou por essa fase na vida, se não passou, deveria.
Qto á coletiva, estou mesmo tendo uma resposta muito boa, estou gostando. A melhor parte é conhecer gente nova!
bjs
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