Eu tenho plena consciência de que é impossível sabermos discutir todos os assuntos. Mesmo diante deste mundo informatizado, onde temos acesso a tudo muito rápido, não tem como estar sempre atualizado.
Outro dia, assistindo TV aqui em casa, fiquei pensando sobre isso. Meu namorado é daqueles viciados em clássicos. Clássicos de todos os tipos. Exemplo?! São vários. Jimmy Hendrix, Elvis, Marvin Gaye. Filmes como Pulp Fiction, O exterminador do futuro, O Poderoso Chefão.
Eu também os conheço, mas não tenho tanta fixação. Acho que acabei me apegando às coisas mais modernas e atuais. O famoso "Hasta la vista baby" nunca significou muito pra mim e no dia que eu disse isso ele falou indignado:
- Como você nunca assistiu "O Exterminador do Futuro"?
E me fez assistir o bendito filme no dia seguinte.
Enfim, com ele aprendo muitas coisas. E aprendi sobre Muhammad Ali. Sabia que ele tinha sido um lutador famoso, mas nada além disso. Vimos juntos um documentário na Discovery que me fez perceber que não é à toa que algumas pessoas serão lembradas eternamente.
Cassius Marcellus Clay Jr. se converteu ao Islamismo e foi como Muhammad Ali-Haj que viveu suas melhores batalhas. É mundialmente conhecido não somente pela sua maneira de boxear, mas também pelas suas posições políticas. Ali foi eleito " O Esportista do Século" pela revista americana Sports Illustrated em 1999.
Foi polêmico, causou espanto e admiração em alguns e desprezo em outros por ter se convertido e por defender a luta contra o racismo. O homem que alardeava suas habilidades para "voar como uma borboleta e picar como uma abelha", foi uma personalidade no início dos anos 60, um vilão norte-americano e finalmente um herói internacional. Foi o único boxeador que até hoje suportou 12 assaltos com o maxilar quebrado (1973).
Por azar, sua grande carreira deixou suas seqüelas e em 1984, Ali descobriu que sofria do Mal de Parkinson, uma síndrome neurológica caracterizada por tremores, rigidez nos músculos e lentidão de fala e movimentos.
Em 2007 foi indicado ao prêmio Nobel da Paz. A indicação veio pela sua luta pelas causas humanas por mais de 40 anos voltadas para o bem-estar da criança.